sábado, 9 de dezembro de 2017

Escrita terapêutica

Muitas vezes eu me pergunto o porquê da escrita. Quando eu dou um sumidão assim do blog, é porque estou em um desses momentos de reflexão.

O que eu quero quando escrevo? Fama? Dinheiro? Troco likes? Até hoje nem um desses aconteceu e segue o baile normalmente.

Pensando na escrita, fui fazer aquele tchibum interior, fui ler, fui pesquisar, enfim, se eu não entendo uma coisa, ela perde o sentido para mim. E se não faz sentido, não tem continuação. E se eu não entendo dentro de mim, o efeito é o mesmo.

A escrita faz muito sentido para mim. É terapêutica. Quando escrevo, estou conversando comigo mesma em primeiro lugar, organizando ideias e sentimentos. E me livrando de alguns lixos emocionais. E me aproximando de quem sou, cá dentro. E me livrando de ser quem os outros querem que eu seja, lá fora.

Em tempos de tanta exposição pessoal e visual, penso que escrever seja um ato de resistência. Em tempos de postar uma foto com uma frase de efeito, escrever e convidar à reflexão parece uma loucura. E é aí que eu me encontro.

Há tempos ando incomodada com a minha relação com as redes sociais. Quando vou postar alguma coisa, começa lá no fundo um zumbido no ouvido: você está postando o quê e para quem mesmo? Quer mostrar o que ao mundo? Aí, instintivamente, eu levo essa pergunta para minha time line e começo a me perguntar: postastes o quê e para quem, ó filho de Deus? E a guerra mental está deflagrada. Não me preocupo com a vida vazia e imagética das pessoas. Preocupo-me em não chegar lá. Em não ter que fazer live do show do meu cantor preferido e perder a emoção do momento enquanto acho o melhor ângulo para mostrar o palco e minha cara ao mesmo tempo ou postar foto do meu prato de comida, que esfria enquanto eu decido o melhor filtro. Porra. Desculpem o palavrão.

Aí eu volto a minha pergunta original: o que eu quero quando escrevo? A origem da escrita data de aproximadamente 4000 AC. Diferentes civilizações começaram o processo de escrita no intuito de se comunicar. Civilizações posteriores refinaram esse processo, acrescentando ou tirando símbolos, sempre no intuito de se comunicar. Aí eu acho o começo da minha resposta. Escrevo pare me comunicar. Para encontrar iguais. Para encontrar afins. Para organizar a mente. Alívio!

Continuarei escrevendo e fazendo desse instrumento minha voz no mundo. Agora te pergunto: qual a sua voz?

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Por Maria Luiza Pedrosa
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